Manifesto
Em que acreditamos
“A disposição em admirar e quase idolatrar os ricos e poderosos e, ao mesmo tempo, desprezar e negligenciar os pobres é a maior e mais universal causa de corrupção dos nossos sentimentos morais.” Adão Smith
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Nossa filosofia é uma filosofia da humildade
- É o reconhecimento da inexistência de superioridade valorativa universal – seja moral ou estética – que deva ser imposta aos indivíduos, deixando-se, portanto, a cada um a condução de sua própria vida com base nos critérios entendidos como mais importantes para si, ainda que suas escolhas sejam consideradas falhas por outros.
- É a rejeição de todos os determinismos. Não existe uma única resposta que possa ser desenhada para problemas complexos. A competição de ideias e a livre experimentação resulta na melhor solução.
- A mais humilde das donas de casa no interior do Maranhão sabe cuidar melhor da sua vida do que os doutores que querem controlá-la a partir de uma torre de marfim.
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Nossa filosofia é contra todo tipo de uniformização ou segregacionismo
- É o rechaço da extrapolação de características específicas do indivíduo para o seu ser social. Coletivizar o indivíduo implica no abraço a paternalismos e uniformizações e na indiferença quanto a beleza da pluralidade, da particularidade e da colcha de retalhos coloridos que fazem a vida.
- É a admissão de que o ser humano é muito mais complexo que as utopias políticas conseguem compreender; de que sua singularidade expressa-se na subjetividade, na dúvida, nas parcelas de silêncio e de incomunicabilidade que são próprias à vida afetiva, no desejo de solidão dos namorados e na criação artística e intelectual; e de que qualquer tentativa de engenharia social e coletivização do indivíduo pode somente derivar da presunção paternalista típica de ideologias totalitárias.
- Racismo, machismo, homofobia, classismo e xenofobia (dentre outros) são formas de opressão, uniformização e segregação que não se harmonizam em uma sociedade baseada em paz, tolerância e liberdade.
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Nossa filosofia busca maximizar o bem estar dos mais pobres.
- É a observação de que historicamente a economia livre é o melhor mecanismo de combate à pobreza já experimentado pela humanidade. Com o avanço dela, nos últimos 20 anos, a pobreza mundial foi cortada pela metade enquanto a expectativa de vida aumentou significativamente. A boa estrutura cria incentivos à inovação, aumenta renda, produto, diminui preços e melhora exponencialmente a condição material dos mais pobres.
- É a compreensão de que no passado e no presente o governo tem sido usado para transferir renda dos mais pobres para os mais ricos. Essas distorções tornam ineficaz uma interpretação ingênua de que todas as desigualdades de renda são genericamente justificadas. Nem todas as desigualdades são iguais – e, na economia livre, com uma pequena fração dos excedentes é possível impedir a miséria e amenizar as distorções passadas.
- A distribuição desigual da riqueza é, apesar dos pesares, superior à distribuição igualitária da penúria. A penúria é, infelizmente, a condição natural da humanidade. Uma sociedade fundamentada na liberdade, capaz de lidar com suas desigualdades injustas, se justifica por seu caráter humanitário de eliminação da pobreza.
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Nossa filosofia se baseia em paz e liberdade
- É o reconhecimento que a não-violência é sempre preferível, desde que a aplicação prática desse princípio leve a consequências superiores. Trocas livres e voluntárias de bens, ideias, amores e serviços permitem que ambas as partes saiam mais satisfeitas. Isso é também válido pra trocas internacionais, pois paz, liberdade, comércio e cosmopolitanismo logram resultados superiores a protecionismo, nacionalismo, guerra e xenofobia.
- É o entendimento de que o mercado não é senão um povo fazendo suas trocas econômicas. Ao rejeitar o radicalismo de alguns e aceitar a existência de falhas na sociedade e no mercado, também rechaçamos a ingenuidade de outros que não percebem a existência de falhas de governo. Políticas de paz e liberdade que buscam as melhores consequências possíveis devem considerar ambos os lados dessa equação.
- A verdadeira escolha não é entre violência e não-violência; é entre não-violência e inexistência. A verdadeira liberdade é uma crença na dignidade humana, de que todo indivíduo tem o direito inalienável de escolher seu próprio destino. A verdadeira pátria é a vida plena e livre – e lá nossos compatriotas vêm de todas as partes, falam todas as línguas, têm todas as cores de pele e professam todas (ou nenhuma) as religiões.
Outono de 2013