Por Rodrigo Viana
Existe um certo debate no meio liberal que tende a dividir seus seguidores em duas inclinações políticas do qual eles mesmos se identificam: direita e centro. O liberal “direitista”, geralmente de viés cultural conservador, tem um posicionamento “contra-tudo-que-é-esquerdista” e é notável por seu estilo mais pragmático. Já o “centrista”, que normalmente se denomina como “centro radical”, é aquele liberal ligeiramente mais jovem e ligado a filosofia liberal moderna chamada de libertarianismo. Este último, acidentalmente segue a máxima kassabista de “nem direita e nem esquerda, muito pelo contrário”.
Confesso que vejo tudo isso de forma bem deprimente por saber o quão infundado são essas suposições. Na filosofia política não tem espaço para centro. Ou é x ou y.
Pessimismo e otimismo antropológico
Se a pessoa tende a enxergar a dicotomia esquerda x direita tão somente como uma mera tendência a se posicionar a favor de certas escolhas políticas (a realpolitik) envolvendo governos, como exemplificado em enquetes de perguntas e respostas de internet, então creio que essa pessoa não entendeu a profundidade do que vem a ser esquerda e direita.
Tal dicotomia não tem e nunca teve a ver com governos necessariamente, mas principalmente sobre o modo como o ser humano, enquanto ser social e não uma entidade atomizada, enxerga a si e a sociedade e em como essa sociedade responde a esse ser humano. Tal dicotomia tem a ver com o enlace ininterrupto desses efeitos. É o mundo visto em sua forma socio-antropológica e não por essa ou aquela campanha partidária, por exemplo.
Contudo, quando analisamos tais efeitos nós tendemos a perceber a existência de dois tipos de interpretações contrastantes que vivem em um eterno conflito. De um lado, uma tendência mais pessimista, tanto do ser humano quanto da sociedade, e do outro, uma mais otimista.
Quando alguém tende a enfatizar o humano como um ser limitado (ou mesmo incapaz) de muitos feitos e salientando sua imperfeição, muito embora tendo uns reconhecendo aptidões e habilidades, essa pessoa é considerada uma pessimista com o próprio gênero humano e a sociedade envolta. Nesse caso ela é adepta do pessimismo antropológico. Agora se alguém possui uma percepção diferente do ser humano como um ser capaz (ou de capacidade ilimitada) de muitos feitos e salientando suas possibilidades, embora uns reconhecendo a imperfeição e a limitação natural, essa pessoa é adepta do otimismo antropológico.
O pessimista antropológico, conhecido por sua qualidade “realista”, tende a se apoiar em estruturas sociais que se transformaram socialmente. Por focar na ideia da limitação humana em relação a enxergar sua própria realidade de uma maneira mais ampla, o pessimista conclui que o ser humano provavelmente nunca conseguirá gerar feitos satisfatórios para ele e para os que estão em sua volta sem criar conflitos e situações problemáticas. Ele acredita que um ser limitado como o humano, preso nas possibilidades dos próprios erros, pode gerar inovações (iniciar do zero) com nível de propensão ao fracasso.
Seu posicionamento mais comum se firma no ceticismo por tais inovações, uma vez que acredita que isso minimizaria (ou frearia, dependendo dos casos) conflitos sociais que podem vir a surgir. Logo, o pessimista prefere se apegar nas construções sociais sólidas do que existe e do que é funcional ao invés de tentar buscar certos feitos inovadores, mesmo reconhecendo a existência de problemas intrínsecos nas estruturas já existentes. Quer dizer, ele analisa a realidade e se apega ao que já está consolidado na sociedade como uma garantia afim de assegurar as conquistas de até então. Todavia, com o cuidado de gerar ideias que não abstraia demais o relacionamento social.
Já o otimista antropológico, caracterizado por sua qualidade “visionária”, tende a se apoiar nas estruturas sociais existentes que as julga satisfatórias, mas também na possibilidade de alternativas novas para as estruturas insatisfatórias. Dado que ele foca na possibilidade humana sobre a realidade, o otimista conclui que o ser humano possui a capacidade de gerar feitos satisfatórios para a sociedade, de modo a minimizar (ou acabar) tanto os conflitos existentes, quanto os que poderão vir a surgir se seguindo a condição até então atual. Isso porque seu otimismo característico possibilita ver o ser humano, mesmo em sua condição de limitação natural, como um gerador de inovações com inclinação ao sucesso.
Esse posicionamento favorável a busca de novos paradigmas é o que o motiva a gerar seus feitos. Sendo assim, ele analisa a realidade e toma partido em direção a uma possibilidade de almejar alternativas novas para aprimorar as conquistas do que existe. Contudo, tal possibilidade se assegura em instrumentos (isto é, ferramentas) produzidos pelo pensar e observar, no intuito de partir de um ponto fundamentado e não de uma quimera. É por contar com a razão como provavelmente o mais fundamental instrumento de uso que o otimista se abre para novas perspectivas.
Mas há algo que vale ressaltar nessa discussão. O ser humano não se comporta de modo exato em qualquer um dos polos e, por isso, é esperado uma variância. O posicionamento e a visão de mundo de uma pessoa não pode ser vista de forma absoluta e fechada, como se um otimista fosse, de fato, somente otimista caso tivesse uma predisposição total para essa direção. E o mesmo vale para o pessimista. Não somos máquinas, não fomos programados para pensar e agir de maneira determinada enquanto ser político. A relação dessas interpretações sócio-antropológicas nos informa uma indicação e não um simples questionário de acertos e erros.
Partindo desse ponto, nós podemos perceber que certas ideias, arranjos, ações e fundamentações se iniciam tanto de visões distintas, bem como as posições mais moderadas ou radicais dentro da perspectiva em que elas foram concebidas. Ou seja, nem todo pessimista enxerga o ser humano como um ente mal, fadado a viver na amargura de sua própria natureza. Do mesmo modo um otimista necessariamente não enxerga o ser humano como um ente dotado de uma bondade angelical, capaz de criar um verdadeiro paraíso terreno.
Note, leitor, que em momento algum falei de política especificamente, certo? Por que isso? Simplesmente porque a política, tanto no seu estudo investigativo quanto na sua aplicabilidade, é a consequência das interpretações sociológicas e antropológica e não a causa.
Seguindo tal raciocínio, entende-se que o mero uso (ou sua negação) de instituições sociais para se chegar a um norte específico não caracteriza esta ou aquela categoria política como necessariamente pertencente a esse ou aquele espectro político.
Por exemplo, o uso de mecanismos governamentais que se fazem presentes no nosso dia a dia como projetos de leis, democracia participativa, partidos, constituição, corpo legal e etc, não condiz se tal pessoa segue ou não uma tendência direitista ou esquerdista. É verdade que muitos desses mecanismos se identificam (ao menos historicamente) mais com essa ou aquela perspectiva por diversos motivos, todavia isso não tira o fato de que aquele que defende um protecionismo, por exemplo, “é de esquerda”. Sim, porque a base em que essa adesão se assenta e que delineia um norte a ser buscado é o elemento preponderante.
O fato é que quando uma pessoa tem uma tendência ao pessimismo em relação a sociedade e ao ser humano, ela busca se apoiar em ideias de estruturas sólidas consolidadas que são: a hierarquia social, tradição, condição de conformidade, ordem social, norma social, unidade orgânica e etc. De forma semelhante, quando uma pessoa tende ao otimismo, sua busca está em ideias de estruturas racionais reformadoras e/ ou inovadoras como: igualdade, liberdade, tolerância social, secularismo social, direitos inalienáveis e etc. É nesse momento que as primeiras ideias políticas começam a ser esboçadas.
Então com toda certeza podemos dizer que a pessoa de bases mais pessimistas é um direitista e o de bases mais otimistas é um esquerdista.
A influência dos movimento iluministas e contra-revolucionários
É sabido que os pensamentos políticos que vieram a ser influenciados diretamente pelos movimentos iluministas (ou Era da Razão) podem ser descritos facilmente como “esquerdistas”. Isto é, pensamentos de caráter visionário e de natureza opositora à perspectiva pessimista, mais preocupado em mudanças reformadoras e/ ou inovadoras. Estes pensamentos deram novas formas de reflexão na relação entre o ser humano e a sociedade. Resultando em ideias, possibilidades e alternativas sobre o estado em que se encontra a sociedade. E o liberalismo não apenas se encaixa nessa perspectiva, como foi o primeiro pensamento político a inaugurar de fato o que vinha sendo produzido nos círculos iluministas.
Uma vez a filosofia liberal sendo obra destes movimentos, em maior parte dos que se seguiram nos séculos dezessete e dezoito e em menor no dezenove, é natural que o liberal defenda a ideia de que o ser humano possui os instrumentos necessários para guiar o seu próprio destino no alcance de uma vida social mais justa e próspera. A crença iluminista pela busca por um mundo melhor é também um importante componente muito presente no liberalismo. E o que responde esse questionamento senão premissas como o respeito ao indivíduo enquanto um ser único tendo fim em si mesmo; direitos inalienáveis sobre a vida, liberdade e propriedade; igualdade de autoridade; poder político limitado; e sociedade tolerante?
Ora, existe um aspecto ativo dentro de qualquer pensamento enraizado nos movimentos iluministas. Esse aspecto é o impulso que motiva o liberal a não aceitar o mundo da forma como se encontra. Ele deseja a mudança e isso o motiva a buscar o que pretende. E isso independe da vertente que o liberal se apoia, seja ela no liberalismo clássico de Robert Nozick e Ludwig von Mises, no liberalismo social de John M. Keynes e John Rawls ou no liberalismo radical de Murray Rothbard e David Friedman. O liberal deseja aprimorar, transformar e tornar mais justo as relações humanas.
Isso é notório ao comparar com uma outra importante filosofia política também de origem iluminista: o socialismo. Mas antes abro um parêntese: do mesmo modo que falo do liberalismo em uma maneira ampla e sem levar em conta suas vertentes internas, assim falo do socialismo. Quer dizer, a filosofia política que também gerou diversas teorias e correntes próprias para buscar soluções para as relações sociais.
Tudo isso significa que as bases do pensamento socialista são tranquilamente compartilhadas por liberais, uma vez que foram os movimentos iluministas quem as forneceram. Como e por qual fim utilizar tais ferramentas é o que também distingue estas filosofias políticas. Podemos ver isso na interpretação que cada filosofia (e suas correntes internas) dá às ideias de liberdade, igualdade ou justiça, por exemplo. Do mesmo modo que individualismo necessariamente não significa “supressão do indivíduo para com outro indivíduo”, assim também é em relação ao coletivismo com a ideia da “supressão do coletivo sobre o indivíduo”. Nem todo socialista é coletivista, como nem todo coletivista é anti-indivíduo. É muito importante mencionar tais fatores porque isso faz cair por terra a errônea crença popular de que “direita é pró-indivíduo e esquerda pró-coletivo”.
Bom, é sabido que liberais e socialistas são os descendentes dos iluministas e comungam da perspectiva otimista de interpretar o mundo enquanto entidade social. Então que movimento defendia a perspectiva pessimista e quem são seus descendentes hoje?
Quando analisamos o período histórico do nascimento das teorias políticas modernas entre o final da Idade Média e início da Idade Moderna, não podemos nos esquecer do não menos importante movimento político chamado Contra-revolução. Movimento este presente em vários países europeus, porém de atuação mais expressiva na França. As ideias desse movimento faziam parte do corpo teórico defendido pelo absolutistas monárquicos, dos quais são os antepassados diretos dos conservadores modernos.
Por terem um ceticismo perante as reivindicações “idealistas” defendidas pelos primeiros liberais e socialistas, os absolutistas eram “impedidos” pelo pessimismo característico de vislumbrar qualquer tipo de reforma ou inovação estrutural na sociedade que não estivesse realmente se firmado numa continuidade. Tanto a democracia liberal, quanto o socialismo de estado ou o anarquismo eram concepções vistas por muitos como uma forma artificial, pois contava com construções teóricas que exigiam um certo grau de confiança abstrata referente ao funcionamento da sociedade e/ ou da própria natureza humana. Por exemplo, para alguns absolutistas a simples ideia da não existência de um governo regido pela hereditariedade soava como “anti-natural”.
Vale comentar que, por diversas particularidades, a Inglaterra não teve um movimento tão expressivo em favor do absolutismo como foi em outras partes da Europa. A ideia de um estado absoluto não era muito bem vista até por aqueles que compartilhavam da perspectiva pessimista. Esse grupo de pessimistas influenciou enormemente o pensamento conservador atual, sobretudo o de origem anglo-saxônica, pois diferencia consideravelmente na forma de se fazer política (mas não as bases filosóficas) dos conservadores mais apegados às lições pelos antigos apoiadores do absolutismo. Da mesma forma que os iluministas tiveram suas diferenças, os contra-revolucionários também tiveram.
Hoje os tempos são outros. Não existe mais grupos defendendo um retorno ao regime absolutista. Os conservadores, que carregam o pessimismo dos contra-revolucionários, já aceitaram a democracia liberal como um sistema de governo estável. Estando o norte conservador na preservação de princípios civilizacionais e das instituições políticas, os meios de como eles serão alcançados pouco importa no âmbito filosófico, seja através de uma forte intromissão governamental ou pela defesa da autonomia e da liberdade das comunidades. Mudança moderada ou radical nunca foi empecilho para o conservador firmar o tradicionalismo, dado que a natureza de sua mudança visada é de caráter mantenedora e não inovadora. Então podemos ver que o conservadorismo pode tanto tender para o autoritarismo, típico dos absolutistas, quanto a uma versão mais tolerante, presente nas ideias dos whigs moderados da Inglaterra. Nível de presença do governo na sociedade não é fator determinante para o espectro político. Nunca foi.
Como as ideias liberais, de uma forma geral, prevaleceram no mundo, é natural que hoje os conservadores defendam muitas delas, dando a impressão de que, a partir de agora, eles “se tornaram liberais”. Não se tornaram. O DNA pessimista ainda é o fator que guia a defesa das estruturas sociais consolidadas e tradicionais do pensamento conservador e não o gene otimista. Ou por acaso social-democratas modernos se tornaram liberais só porque largaram de vez a ideia do estado proletariado para abraçar a democracia liberal? Indo direto ao ponto, um conservador “é tão liberal” quanto um social-democrata, embora este último esteja muito mais próximo da filosofia liberal do que o primeiro por assuntos já comentados anteriormente.
Um adendo
Querer resumir os movimentos iluministas como se fossem apenas “movimentos políticos” é uma interpretação que não se sustenta. Estes movimentos foram muito mais do que expressão política propriamente dita, foram a expressão viva do ser humano em todas as suas relações. Os iluministas influenciaram as ciências naturais, as artes, a educação e forma de passar conhecimento e muitas outras coisas. Ajudaram a florescer verdadeiros debates religiosos, literários e ajudou na ideia da disseminação do conhecimento, seja através do livro ou da imprensa. Suas ideias desafiantes mexiam com a opinião pública, esclareciam conceitos baseados apenas em meras tradições ao ponto de chocar e escandalizar a sociedade com suas opiniões diferenciadas.
Estes senhores (e senhoras também) mudaram o mundo de tal maneira que, em poucos séculos, toda a sociedade deu saltos gigantescos na civilização para melhor. O que não quer dizer que tudo ocorreu como planejado, mas ainda assim vivemos bem melhor do que qualquer época já registrada. Diferente de hoje, em que podemos ver o mundo de nossos avós bem diferente, em séculos passados o que prevalecia era a mesmice. Essa é a perspectiva atuante que gira o mundo. O mundo não é feito por covardes, mas por gente que se arrisca, que questiona ou que sonha. Esse é o grande legado deixado pelos iluministas.
Conclusão
O liberalismo, enquanto filosofia, ainda é uma ideia radical, visionária, inovadora e, em certas vertentes internas, revolucionária. Desde o seu surgimento ele vem propondo ideias e alternativas que colocam em xeque o modo de ver a sociedade baseada na continuidade tradicional. A alegação da ideia do indivíduo como senhor de si é ainda revolucionária mesmo hoje. Estes ensinamentos iluministas também se mantém bem presentes nas vertentes libertárias do socialismo (anarquismo).
Um problema que eu vejo hoje está em enxergar as teorias e tendências políticas de origem direta no marxismo ou não (socialismo fabiano) da era pós-comunismo, quase que de forma exclusiva como “a esquerda”. Não tenho nenhum problema em classificar esta ou aquela prática, vertente ou proposta política como “de esquerda ou de direita” para dar a noção de algo moderado ou radical, de pouco ou mais inovador ou coisa do tipo dentro da realpolitik.
O problema é quando esses conceitos superficiais se transformam em um tipo de regra que envolve as filosofias políticas em si, pois tendem a ficar deturpadas e viciadas. Dado que isso tende a renegar aspectos teóricos e históricos, um estudante com uma maior bagagem cultural sobre filosofia política poderá se atrapalhar e não entender pontos muito mais importantes. A divisão entre “proletariado x burguês” do pré-comunismo e o “capitalismo x socialismo” da Guerra Fria é tão somente um fator histórico que não deve ser levado tanto em conta para os estudos das filosofias políticas. A ciência política pode lidar com isso de uma forma mais elegante.
Se os liberais franceses, antes da ascensão dos partidos de raiz socialista, eram vistos como os progressistas, esquerdistas no século dezenove e hoje são visto como direitistas, muito se deve a ideias particulares deste ou daquele autor, como também das próprias formas como as propostas políticas foram empregadas. Independente ser de cunho liberal ou não. O fato dos liberais terem se aproximado dos conservadores no século vinte para a contenção do marxismo é tão somente um fator circunstancial.
Será mesmo que os liberais não se manteriam próximos dos socialistas caso as vertentes libertárias deste último tivessem se sobressaído como influência maior no mundo, empurrando o socialismo estatista de Marx para os becos da intelectualidade? Bem, a história mostra que liberais e socialistas ficaram juntos na França quando os dois ainda mantinham propostas parecidas. Dado que parte da tradição socialista se radicalizou em prol da liberdade no século dezenove e o liberalismo no século vinte, soa até previsível que estas duas linhagens mantenham novamente laços próximos no século vinte um.
Liberalismo e socialismo, enquanto filosofia, possuem um ancestral comum e a tendência que eu acredito hoje está neles se reatarem como em séculos atrás, visto que as ideologias fortemente estatistas e/ ou autoritárias tão presentes no século vinte tem estado perdendo força nas últimas décadas. Sim, os dois pensamentos surgiram em épocas próximas, embora o liberalismo tenha vindo antes. É por isso que o liberalismo foi a primeira esquerda.
Agradecimentos especiais pelas contribuições feitas por Adriel Santana.
Rodrigo Viana é programador, tradutor e escreve para o Portal Libertarianismo, A Esquerda Libertária e Libversiva!. Em seus interesses incluem disciplinas como história, sociologia, economia e filosofia política. Quando não está falando sobre política, provavelmente está falando de música ou algum assunto relacionado a cultura pop. Siga seu twitter: @VDigo