Por Stefano Justo
O futebol nacional se encontra numa situação deplorável, e infelizmente foi necessário sofrer a maior derrota em sua história para deixar isso claro a todos.
A presidente Dilma Rousseff criticou a exportação de jovens jogadores. O ministro do esporte, Aldo Rebelo, disse que o governo deveria intervir no futebol brasileiro. Como defensores de um estado forte, defendem sempre a criação de uma nova lei, ou evidenciam a necessidade de mais intervenção estatal. Vou demonstrar a seguir que essas decisões, que são praxe no cenário político nacional, estão erradas.
A saída seria proibir a exportação? Bem, além de ilegal, porque não se pode negar que alguém que queira trabalhar no exterior, em busca de melhores condições e melhores salários, tenha sua vontade atendida, seria uma medida ineficiente.
Aqui não há um ambiente favorável para a criação de grandes clubes, por conta de todas as interferências políticas e econômicas que o esporte já sofre no país, além dos diversos escândalos recorrentes que envolvem os dirigentes dessa paixão nacional.
Não sei do que adiantaria o Neymar jogando no interior de São Paulo ao invés de no Barcelona, nos melhores estádios do mundo e com os melhores jogadores do mundo.
O futebol local está muito fraco, e para reverter este quadro é necessário fazer justamente o contrário do que pensam nossos políticos, e até mesmo José Maria Marin, ainda presidente da CBF, e seu sucessor já eleito, Marco Polo Del Nero, que rejeitam todas as tentativas ou pressões para trazer um treinador de outro país.
É preciso importar, importar conhecimento externo, técnicos, qualidade, know-how, experiência, tecnologia. Profissionalizar o futebol brasileiro é a solução, fazer com que os clubes se tornem verdadeiras empresas, com uma legislação que incentive o desenvolvimento do livre mercado, haveria mais espaço para negócios honestos, sem cartolagem, sem subsídios, sem ligações com o governo. Só com empreendimentos a qualidade melhorará.
Se isso não for feito e nossos políticos continuarem com uma mentalidade altamente protecionista, iremos continuar sendo o país dos Freds, e não dos Kloses.
Referência
[1] Importar é a solução, escrito por Carlos Alberto Sardenberg
Stefano Justo é estudante de direito e coordenador estadual da rede Estudantes pela Liberdade no Rio de Janeiro. Seu artigo foi originalmente publicado aqui.