Nesta semana o IBGE divulgou os resultados mais recentes para o crescimento da economia brasileira. O país entrou em seu terceiro trimestre seguido de contração econômica. Mas, ao contrário do que tem sido ventilado por alguns críticos do ministro Joaquim Levy, a recessão não foi precedida por uma forte diminuição dos gastos líquidos do governo. Na verdade, os gastos do governo permaneceram mais ou menos estáveis em termos reais e a recessão tem sido dominada por uma forte contração do investimento e do consumo das famílias. A decomposição do crescimento brasileiro pode ser vista no gráfico abaixo.

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Com a continuidade da crise, o mercado laboral brasileiro também se deteriorou. Somente no terceiro trimestre de 2015, mais de 500 mil postos de trabalho formais desapareceram, segundos dados do CAGED. Com isso, do começo da crise até outubro deste ano já se acumulam cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho destruídos.

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Os novos dados sobre o PIB e emprego permitem que nós atualizemos nossas previsões macroeconômicas (para ver a metodologia do nosso modelo – o Mini-MIM – clique aqui). A economia brasileira deve contrair encolher 3,7% em 2015 e 2,5% em 2016. Com a economia em baixa atividade, a inflação deve aos poucos ceder, mas só deve convergir para o centro da meta do Banco Central em 2017.

Previsões do Mercado Popular para a Economia Brasileira

(média entre os trimestres do ano)
Ano Taxa de Juros Inflação PIB
2015 13.6% 8.7% -3.7%
2016 11.6% 7.0% -2.5%
2017 9.1% 4.5% 2.3%
Fonte: Instituto Mercado Popular

Além disso, como o mercado de trabalho tem uma forte relação com a economia, a intensa contração econômica tenderá a continuar com a tendência de destruição de empregos formais. Nós projetamos que, até o fim do ano que vem, quase 3 milhões de empregos formais terão sido destruídos. Essa situação no mercado de trabalho e na economia como um todo, se materializada, tornaria a recessão atual a pior desde os anos 1980.

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