Não é nenhuma novidade que o Brasil está em uma recessão profunda – que provavelmente se tornará a pior crise econômica desde os anos 1980. Para o trabalhador brasileiro, a crise chega de forma mais direta por meio do mercado de trabalho e do desemprego. Existe uma forte relação entre geração de empregos e crescimento econômico, como você pode ver abaixo. Desde o início da crise, no segundo trimestre de 2014, o Brasil já acumula mais de um milhão de empregos formais destruídos, com perdas maiores concentradas na indústria de processamento e na construção civil.

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Utilizando o Mini-MIM, o modelo dinâmico de previsões macroeconômicas do Mercado Popular (veja a metodologia do Mini-MIM aqui), nós podemos explorar essa relação e, com base em previsões de crescimento do PIB resultantes do modelo, chegar em projeções para o mercado de trabalho formal. Como você pode ver no gráfico abaixo, espera-se que a geração de empregos formais acompanhe a atividade econômica e a destruição de postos de trabalho diminua à medida que a recessão arrefeça – o que deve acontecer ao fim de 2016.

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Desses resultados, podemos calcular a magnitude da crise econômica ao fim da recessão: 2,4 milhões de empregos formais destruídos entre o segundo trimestre de 2014 e o fim de 2016. Embora parte desses empregos formais sejam substituídos por empregos informais – e não por desemprego – há evidência empírica de que empregos formais tendem a gerar mais investimento nos trabalhadores, produtividade e crescimento econômico. Para o trabalhador, não há dúvida que a crise é real e ainda vai persistir por algum tempo.

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Apêndice Metodológico
  1. Utilizamos as previsões de crescimento do PIB resultantes de nosso pequeno modelo macroeconômico: o Mini-MIM. Confira a metodologia do Mini-MIM aqui.
  2. Rodamos um modelo de Vetor Autoregressivo (VAR) com dados de criação de empregos formais do CAGED e crescimento do PIB entre T1-2000 e T2-2015.
  3. Com os parâmetros da VAR, fizemos uma previsão para empregos condicional à previsão de crescimento do PIB resultante do Mini-MIM.

Previsões, por semestre:

PIB real, variação anual CAGED, milhares de empregos
T3-15 -3,6% -518,10
T4-15 -4,2% -416,27
T1-16 -3,6% -315,97
T2-16 -1,7% -181,89
T3-16 -0,5% -127,23
T4-16 0,2% -69,21
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