Ontem, dia 29 de setembro, ocorreu o último debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo do 1º turno. Um debate morno, com poucas acusações e ataques incisivos entre os candidatos indicando, talvez, um amadurecimento em relação a debates folclóricos que já correram no passado da cidade. A calmaria, portanto, faz com que não tenha vitórias ou derrotas significativas pra ninguém, a dura disputa para quem vai para o 2º turno não foi definida ontem a noite e deve se concretizar em uma disputa voto a voto no domingo.

Em que pese isso, há que saiu melhor e pior do que entrou no debate.

Vitorioso: Dória

Dória evoluiu significativamente em relação ao primeiro debate que o avaliei como derrotado. Foi mais calmo, com um tom apropriado e não se resumiu a um antipetismo. Atacou o atual governo do Haddad, mas sempre de maneira transversal, sem nunca ser marcadamente ofensivo. A sensação que passa é que estava mais preparado após passar por media training e estava munido de diversas pesquisas que explicam a sua prática de recorrer repetidas vezes ao tema da saúde.

Vitorioso: PT e o Lula

É, em alguma medida, uma “vitória de Pirro”. Mas é benéfico para o PT e para o antigo presidente saírem dos holofotes e das críticas direcionadas ao Haddad. É verdade que na eleição passada ter o apoio petista e, principalmente, de Lula, era um ganho. No entanto, o fato de os adversários os ignorarem e focarem nas críticas somente a Fernando Haddad (no que ele fez ou deixou de fazer) pode ser um indicativo que o antipetismo já chegou a um ponto de saturação na cidade de São Paulo.

Derrotado: Haddad

O principal problema de Haddad foi o formato de debate. Como as regras permitiam, na maioria dos blocos, que um candidato fosse perguntado mais de uma vez, isso fez com que ele ficasse grande parte do debate sem participar. Além disso, tinha que ficar calado enquanto os adversários faziam dobradinha para criticar a sua gestão, como ocorreu com frequência entre Marta e Dória.

Derrotado: Major Olímpio

Mais uma vez o Major Olímpio foi monotemático, apresentando-se como o candidato linha-dura contra ‘vândalos’, ‘vagabundos’ e quem quer que seja que atue contra o ‘homem de bem’. Isso, é claro, tem apelo com alguma parte da sociedade, como a sua própria vitória para Deputado Federal indica, mas também está se demonstrando como é pouco para ganhar uma vitória majoritária importante, e esse é o caso da disputa para a prefeitura de São Paulo. O seu fracasso na cidade de São Paulo, e a dificuldade de Flávio Bolsonaro de estar no 2º turno no Rio de Janeiro indicam que as perspectivas de Jair Bolsonaro ser competitivo na eleição presidencial são baixas.

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